Unir o que antes foi separado, isto é uma Constelação Sistémica.
Como humanos estamos todos vinculados a estruturas onde nos comportamos de forma inconsciente sendo profundamente leais, a maior estrutura que nos vinculamos é a Família.
Seremos leais aos condicionamentos que herdamos pela epigenética?
A visão sistémica defende que sim, entende que a família é a unidade de base que poderá condicionar o nosso destino.
Através da família são transferidas de geração em geração, os dons, as virtudes, mas também os não ditos, os segredos, as vergonhas, os abusos, os vazios, que por demasiada dor foram evitados a olhar.
Porém, enquanto esta dor não voltar a ser olhada para lhe oferecer a oportunidade de ser resignificada, virá alguém ao preço do seu destino trazer esta dor à tona, para que se abra a possibilidade de devolver a dignidade a quem lhe foi roubada, voltar a incluir o que foi excluído, voltar a unir o que antes foi separado.
A Filosofia Hellingeriana vem trazer à luz as lealdades invisíveis (inconscientes), e tem como maior propósito a reconciliação, mesmo que para tal seja necessário desenterrar programas do Clã que foram esquecidos e perdidos por profunda dor. Evitamos contatar com a dor, no entanto para que a dor possa ser vista é essencial que os padrões cresçam de tal forma na nossa vida para que os possamos ver, na verdade é ao nível do inconsciente que repetimos constantemente a mesma experiência para que possamos contatar de novo com a mesma dor, para que possamos superar a partir do centro do nosso Ser, é verdadeiramente compreender para quê este destino? Para quê estou a atrair isto para mim?
Acontece porque há partes de mim que ainda me faltam amar, está ser oferecida a oportunidade de me voltar a resgatar através desta experiência e assim é com as famílias.
Ninguém estará em paz enquanto a dignidade não for toda devolvida e o passado não for honrado.
Iremos repetir os mesmos feitios, as mesmas circunstâncias para tentar reparar a dignidade da avó “Querida avó por ti eu carrego”, as mesmas dores os mesmos problemas e os destinos perpetuam-se de geração em geração até ser transferida toda a consciência e amor àquela dor.
Somos o resultado de todos aqueles que nos deram a vida.
No mais intimo este trabalho é unir o que antes foi separado pela dor, o forte instinto da Alma é a união a inclusão e a verdade.
Então, o único convite é ir ao Centro do nosso Eu usando a família como veículo, para transmutar, curar e, evoluir, dar uma nova compreensão à Alma da Família.
A Vida irá repetir-se vezes sem conta até que tenhamos a força e o amor certo para reparar o que antes faltou honrar.