Somos Todos chamados a tomar parte.
Nos tempos de hoje, há muitas estratégias para se viver mais e melhor, com mais dinheiro, com mais saúde, com mais exercício, com mais relações felizes, com mais sucesso, e claro com mais… falsas necessidades.
Há imensos itinerários, há imensa informação, há imensas propostas de workshop's, retiros, cursos, celebrações e até aplicações, e de repente parece que todos vendem a felicidade, e só falta acrescentar, cada um anime-se como puder.
O ruído das falsas necessidades enche-nos do superficial?
Como se a vida fosse, um exercício de estilo, uma espécie de representação em que mantemo-nos sempre na realização plena, eufóricos e felizes.
Será isto verdade? Ou estaremos a perder a relação connosco? Com os outros? E com o essencial?.
O que será que nos falta, para viver a Vida como ela é? Será que estamos a experimentar a Vida de verdade?
A Natureza ensina-nos bem que, o que não é experimentado de forma profunda não cria raízes. Fica superficial, fica muito pouco, fica vazio e sem substância, resta só a aparência que ilude.
Precisamos de experimentar a nossa realidade e deixarmo-nos mover por ela. Precisamos de mais intenção, e estar um pouco menos em piloto automático, caso contrário, terá servido para quê? Qual o sentido?
Só aquele que experimenta-se e reconhece-se com profundidade, consegue sair de si e ver o outro. E, aqui nasce um pouco de verdade, abre-se ligeiramente um véu.
Dificilmente veremos algo de novo, sem um olhar atento que permita-nos descobrir a nossa presença nos acontecimentos do dia-a-dia, e sentir a cada dia por onde andámos (cada um na sua realidade e ao seu ritmo).
Somos Todos chamados a tomar parte. Hoje está sol, a Vida é hoje. Sim, também foi ontem e também será amanhã. E, pela repetição também podemos crescer nesta intenção, neste grande Mistério de Amor. É desafiante? É. Há medo, tristeza, frustração, dúvidas, confusão, e descentramento? SIM. Mas, o mais importante nasce de uma profunda quietude, a possibilidade do recomeço, recomeçar, pela repetição também podemos crescer. E, se amar doer, porque às vezes dói, poderemos tentar aprender a reconstruir mais compaixão.
A vida não é um exercício de estilo, é a dinâmica peregrina entre largar, e agarrar com mais profundidade, com mais silêncio.
E, talvez o único sentido seja a reconciliação com a realidade, esta força cresce connosco. E, esta força faz-nos bem, porque é profunda e tem raíz.
Isto é absolutamente misterioso, revolucionário e frágil, tudo ao mesmo tempo.